quarta-feira, 10 de março de 2010

Nazi


Um dia destes, num suposto jantar ameno entre amigos e estranhos alguem defendeu que o Holocausto teria sido uma ficção. Para inicial embraço meu, apenas se levantou a minha réplica e a de outro conviva. Mas cometi um erro fatal. Tentei usar a lógica e a história, argumentos perante os quais o meu execrável oponente, não demonstrou sensibilidade.  Tal tem como possivel razão tal fascínio, como o delírio, não se fudamentar numa ordem racional; mas sim numa ordem do desejo. O nazismo mesmeriza e cativa inúmeros sicários maiores e menores porque se apresenta como uma estrutura assaz blindada na sua neurose defensiva. Apresenta uma explicação simples e viril para a complexidade do real. É também teatral e operático. Perante tal constatação, o caminho a seguir seria o caminho da psicanálise no sentido de trazer o inconsciente ao consciente. De assumir o risco de ouvir antes de argumentar. Risco este sério, porque encarar como cretinos todos o que cedem a tal negra pulsão, é banalizar o problema. A adesão psicológica a este tipo de fenómenos, não terá a ver com a inteligência em última análise, mas com uma identificação in extremis, que ainda que perversa, é contaminável por romantismos e ingenuidades...
Carregando a vergonha do outro, declinei a sobremesa e fui fumar um cigarro para a varanda, acossado pela imagem dos fornos crematórios...

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