Balas.. de
papel/Gualdino Gomes e Carlos Sertório
Numeração: N. 1 (30 Nov. 1891)-n.
4 (31 Jan. 1892)
Publicação: Lisboa : Imprensa de Lucas
Evangelista Torres, 1891-1892
Descrição Física: 21 cm
Periodicidade: Bimensal
Cota Biblioteca Nacional: L. 3427//3 A.
Gualdino Gomes (Lisboa 1857 – 1948) Diplomado no Curso
Superior de Letras, viveu algum tempo no Brasil, sendo
admitido como bibliotecário na Biblioteca Nacional de Lisboa em 1891. Autor da
revista A Tourada, em conjunto com Marcelino Mesquita, que subiu à cena em 1894. Em 1921 adere
ao Grupo da Biblioteca, liderado por Raul Proença. Foi director interino da Biblioteca Nacional.
Foi também poeta, ainda que tenha apresentado uma produção escassa e Carlos
Sertório, são os autores desta publicação.
Esta revista
ostenta na capa uma citação de Camilo Castelo Branco, …
palavras contra a péssima ordem das coisas sublunares. Segue-se uma homenagem a Fialho de
Almeida, ou José Valentim Fialho de
Almeida (Vila de Frades, 7 de Maio de 1857 — Cuba, 4 de Março
de 1911), jornalista e escritor pós-romântico português, que na sua obra Os Gatos, composta por crónicas entre 1889 e 1894, apresenta
um retrato satírico da vida nacional. A Balas...., assume-se como revista satírica, ao não
pretender levantar o mundo como Arquimedes, mas sim… endireitá-lo.
Qual o legado
passados mais de 100 anos? Pensamos que o que ainda resulta neste texto é o
carácter pugilista do seu humor, breve e contundente, assim como a atenção do
detalhe da vida quotidiana, a saber a voz do que se diria nos cafés e nas ruas.
Tal sensibilidade será porventura a que nos é mais distante pois aquilo que é
óbvio para uma determinada cultura, num determinado espaço temporal, raramente
se preocupa em conferir chaves interpretativas para o provir. São reconhecidas
as personagens colectivas dos políticos, artistas e notáveis, cuja vaidade e
misérias são sovadas, sem qualquer pretensão aos jogos de linguagem e
sofisticação humorística; mas já nos escapam os nomes e os pormenores. E este o seu derradeiro mérito se
acreditarmos que mutatis mutandis não muda a natureza
humana, nem a singular honestidade do ridículo posto a nu., também pelo relato
dos costumes, modos de ser e de estar; de um tempo e lugar, que não estão assim
tão distantes de nós. Vox Populi, a cuja visão periférica
nada escapa.
Sem comentários:
Enviar um comentário