sábado, 23 de fevereiro de 2013

A ARTE PORTUGUEZA

A arte portugueza : revista mensal de bellas-artes / Centro Artistico Portuense

Numeração: n. 1 (Jan. 1882)/ n. 12 (Mar. 1884)

Porto : C.A.P., 1882-1884

Periodicidade: Mensal



O Centro Artístico Portuense, foi fundado em 1879, com os estatutos a serem aprovados em 1880. Tinha como objectivo promover o desenvolvimento intelectual e artístico, e a educação do gosto tanto das artes plásticas como das industriais (relativas a objectos artísticos em madeira e metal, tanto fabricados à mão como à máquina). Era esta a sua revista, que tinha o seu conselho de redacção composto por:

Parte artística:

Thomaz Augusto Soller , (1848 - 1883), arquitecto nascido no Porto, estudou Pintura e Escultura, assim como Arquitectura Civil. Dedicou-se ao ensino, desenho e à arquitectura. Projectou uma cúpula para a igreja da Trindade (Porto); António Soares dos Reis, escultor (Vila Nova de Gaia 1847 - 1889), artista conceituado, entre as suas obras mais conhecidas contam-se: O Bêbado, Flor Agreste, uma estátua de Avelar Brotero, (1887) e finalmente os pintores João Marques da Silva Oliveira (Porto 1853 – 1927), pintor naturalista e professor. O naturalismo enquanto escola filosófica opõe-se ao subjectivismo e idealização romântica, na pintura escolhe representar objectos realistas, numa cena natural; António José da Costa (Porto 1840 – 1829) dedicou a sua carreira ao retrato e à paisagem, sendo o seu reconhecimento obtido a partir da pintura de flores.

Parte Literária:

Manoel Maria Rodrigues (Porto 1847 – 1899) Jornalista do Comércio do Porto. Escreveu A Rosa do Adro, publicada em 1870. Também escreveu vários libretos para operetas incluindo Na Lua. Foi arqueólogo amador e crítico literário; Joaquim António da Fonseca Vasconcelos (Porto 1849 – 1936), historiador e crítico de arte, contribuiu para o entendimento da História da Arte em Portugal, enquanto ciência com objecto e método próprios.

Neste primeiro número podemos ver um plano didáctico, para um curso de Desenho Graduado e Modelação, que rejeita o postulado dos processos mecânicos auxiliares do desenho, defendendo o uso da mão e vista, convenientemente educados. O objectivo não seria o de uma reprodução servil, mas sim de uma imagem. Caminha-se assim na direcção da modernidade artística ao valorizar-se a subjectividade artística. Note-se que à data da publicação deste número, a fotografia já era usada regularmente em Portugal destacando-se os trabalhos de Carlos Relvas, que na sua extensa galeria fotografa mendigos, pescadores, e figuras notáveis. Fotografou também o Tejo e o nu feminino.

Finalmente, temos a polémica sobre a existência de uma arte portuguesa anterior à romanização na Citânia de Briteiros, à qual responde Francisco Martins de Gouveia Morais  Sarmento (Guimarães 1833 – 1899) arqueólogo e escritor, problematizando as suas origens.

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