quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

ARCHIVO PITTORESCO



Archivo pittoresco : semanario illustrado / editor e proprietário: Castro Irmão

 Lisboa : Castro, Irmão & C.a, 1857-1868 - Typographia de Castro & Irmão.

Descrição física: 30 cm

Periodicidade: Semanal

Cota Biblioteca Nacional: 008 (05


 O primeiro número abre com uma xilogravura do porto do Rio de Janeiro, honrando o seu propósito de semanário ilustrado. Deixa então ao julgamento público os méritos do periódico que se inaugura. Reunindo a arte da palavra e da gravura deseja abrir campo em que as vistas curiosas espaireçam sobre as creações da arte, da natureza ou da phantasia. Note-se que o próprio título da publicação remete para o imaginário romântico, invocando o exótico e tudo o que remete para a exaltação dos sentidos. Diga-se que o século XIX é o último século das grandes viagens de exploração, sendo tal temática querida ao homem romântico, seja pelo diletantismo seja pelo contacto com outras civilizações, e realidades, que o aproximam de um estado natural e livre, conforme promete o bom selvagem de Rosseau, Não é em vão que Serpa Pinto vai realizar as suas viagens de exploração da África Oriental em 1869 e em 1887 -1879 da costa oeste de Angola. É esta vastidão imperial que as páginas do Archivo nos oferecem, incluindo também o pais irmão, o Brasil, segundo um programa cujo cuidado antropológico estará atento à história, aos costumes de cada geração e civilização de cada século. Portugal Continental também não será naturalmente esquecido, incluindo as suas ilhas.

Quanto à história da publicação esta foi considerada exemplar quanto à ilustração em gravura de madeira, cumprindo um objectivo de educação popular. Ao longo da sua vida, divulgou monografias de autor, novelas e romances históricos, episódios da história de Portugal e universal e ainda artigos que se opunham À União Ibérica, e estudos da língua materna, tão caros ao amor pelas origens da mentalidade romântica.
Note-se que o iberismo, seja na sua vertente cultural ou política em particular foi defendido por homens notáveis da época como Oliveira Martins (1845 - 1894), Henriques Nogueira (1823  - 1858) e Casal Ribeiro ( 1825  - 1896).  

Um dos seus redactores principais, no início da publicação foi José de Torres (Ponta Delgada, 1827 – Lisboa, 4 de Maio), escritor e jornalista açoriano que se distinguiu como bibliófilo e investigador da história local açoriana; teve como colaborador António Feliciano de Castilho, primeiro visconde de Castilho (Lisboa 1800-1875), escritor romântico, poeta e pedagogo, inventor do Método Castilho de leitura e como chefe de redacção António da Silva Túlio (Carnide 1818 - Lisboa 1884), escritor, historiador e funcionário da Biblioteca Nacional de Lisboa,.

Chegou a conhecer tiragens perto dos 5000 exemplares, inéditas para qualquer periódico português à época.

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