Académico (O): publicação bi-semanal redigida por alumnos
dos cursos superiores
Lisboa: 1880-1881: Typ. Do
Diário da Manhã.
Periodicidade: Bissemanal
Descrição Física: 44 cm
Estamos no 2º ano da publicação,
Domingo 16 de Janeiro de 1881, sendo o número o 19. O redactor da semana é Homem Christo, nomeadamente Francisco Manuel Homem Cristo (Aveiro
1860 - 1943), militar e político republicano, e um dos oficias que embora
republicano se opôs à revolta de 31 de Janeiro de 1891. Foi deputado
republicano, professor universitário, escritor, político, panfletário. Tinha 20
anos à data deste número. Cada exemplar custava 20 reis, o que a uma
correspondência de 1000 réis = 1 escudo, seria 0.02 escudos ou seja 0,0001 de
euro aproximadamente. A página abre com uma notícia detalhada sobre o cometa de
1880 e a sua passagem no dia 27 de Janeiro sobre o hemisfério austral. A sua
cauda é descrita, assim como a sua localização no firmamento, sendo relacionado
com os cometas de 1843 e 1680, cuja trajecto perto do sol, suscita a admiração
do articulista, ao manterem a sua integridade. A velocidade do de 1843 é
referida como sendo de 550.000 metros por segundo ou seja 550 km. A superstição
do cometa associado a desgraças, perturbador da ordem celeste ainda permanece
vagamente num texto contendo informação científica, ainda que pejado de
metáforas literárias:
Este
acontecimento, cujas consequências sob o ponto de vista da ordem inalterável e
de harmonia dos ceos
(…)
Hoje o cometa de 1880 é
designado como Grande Cometa do
Sul, fazendo parte da família Kreutz, tem
uma cauda de 50 º e uma magnitude de -6. A magnitude indica a luminosidade de um
corpo celeste. Diga-se que a magnitude do sol é de -26, a lua -12, Vénus -4; uma
estrela de brilho mínimo visível a olho nu, apresenta
geralmente uma magnitude de +6. O grande Cometa de
1843, é um cometa não periódico, que se
tornou assaz brilhante em Março de 1843, transformando-se num Grande Cometa. É
também pertencente à família referida, o seu brilho intenso resulta de passar
muito perto do sol, Finalmente o de 1680 também chamado de Grande Cometa de
1680, foi o primeiro descoberto por um telescópio, por Gottfried Kirch.
O artigo é assinado por
Camillo Flammarion, versão
portuguesa do nome Nicolas Camille Flammarion, ou
abreviadamente Camille Flammarion,
foi um astrónomo francês, que editou uma série de revistas científicas e
astronómicas, sendo uma das suas obras mais conhecidas: Astronomie populaire, de
1880.
O seguinte texto designado
de folhetim é da autoria de Alexandre Dumas, filho; escritor francês (Paris
27/7/1824 - Marly-le-Roi, 27/11/1895), filho do famoso
Alexandre Dumas, pai. Seguiu a sua herança como escritor, tendo publicado vários
livros e peças de teatro. Neste apontamento, tenta desmistificar o estigma da
ilegitimidade, defendendo a sua necessidade, perante o dever da procriação. Tal
não seria estranho ao facto do mesmo ser um filho ilegítimo.
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