Archivo pittoresco : semanario illustrado / editor e
proprietário: Castro Irmão
Lisboa :
Castro, Irmão & C.a, 1857-1868 -
Typographia de Castro & Irmão.
Descrição física: 30 cm
Periodicidade: Semanal
Cota Biblioteca Nacional: 008 (05
O primeiro número abre
com uma xilogravura do porto do Rio de Janeiro, honrando o seu propósito de
semanário ilustrado. Deixa então ao julgamento público os méritos do periódico
que se inaugura. Reunindo a arte da palavra e da gravura deseja abrir campo em que as vistas curiosas espaireçam sobre as creações da arte, da natureza ou da phantasia.
Note-se que o próprio título da publicação remete para o imaginário
romântico, invocando o exótico e tudo o que remete para a exaltação dos
sentidos. Diga-se que o século XIX é o último século das grandes viagens de
exploração, sendo tal temática querida ao homem romântico, seja pelo
diletantismo seja pelo contacto com outras civilizações, e realidades, que o
aproximam de um estado natural e livre, conforme promete o bom selvagem de Rosseau, Não é em vão que Serpa
Pinto vai realizar as suas viagens de exploração da África Oriental em 1869 e em
1887 -1879 da costa oeste de Angola. É esta vastidão imperial que as páginas do
Archivo nos oferecem, incluindo também o pais irmão, o Brasil, segundo
um programa cujo cuidado antropológico estará atento à história, aos costumes
de cada geração e civilização de cada século. Portugal Continental também não
será naturalmente esquecido, incluindo as suas ilhas.
Quanto à história da
publicação esta foi considerada exemplar quanto à ilustração em gravura de
madeira, cumprindo um objectivo de educação popular. Ao longo da sua vida,
divulgou monografias de autor, novelas e romances históricos, episódios da história
de Portugal e universal e ainda artigos que se opunham À União Ibérica, e estudos da língua materna, tão caros ao amor pelas origens
da mentalidade romântica.
Note-se que o iberismo,
seja na sua vertente cultural ou política em particular foi defendido por
homens notáveis da época como Oliveira Martins
(1845 - 1894), Henriques Nogueira (1823 - 1858) e Casal Ribeiro ( 1825 -
1896).
Um dos seus redactores principais,
no início da publicação foi José de Torres
(Ponta Delgada, 1827 – Lisboa, 4 de Maio), escritor e jornalista açoriano
que se distinguiu como bibliófilo e investigador da história local açoriana; teve
como colaborador António Feliciano de Castilho, primeiro
visconde de Castilho (Lisboa 1800-1875), escritor romântico, poeta e pedagogo,
inventor do Método Castilho de leitura e como chefe
de redacção António da Silva Túlio (Carnide 1818 - Lisboa 1884), escritor, historiador e
funcionário da Biblioteca Nacional de Lisboa,.
Chegou a conhecer tiragens
perto dos 5000 exemplares, inéditas para qualquer periódico português à época.
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